O projeto Cantando nos Terreiros do Povo,
idealizado pela Cantora e compositora Vera Lima encerra
temporada de apresentações este ano no dia 21/12 ocupando o espaço aberto no
assentamento Don José Maria Pires, em Forte velho Cabedelo, a partir das 19 horas.
O “encontro cultural” é realizado a cada lua cheia, na área rural do estado da
Paraíba, nos assentamento, povoados e sítios. O “terreiro” é o nome que a povo
nordestino dá para a área localizada na frente da casa. Era coisa comum nas
áreas rurais às pessoas se reunirem neste local para conversar, contar
estórias, adivinhações, declamar versos, ver as cantigas das crianças brincando
de roda, partilhar conhecimentos, ouvir os cordelistas, realizar as
festividades, ver os brincantes da cultura popular e ect. O terreiro é de fato
“um espaço de encontro”, um ambiente agregador da comunidade.
Ao
pensar este projeto o desejo de Vera Lima era vivenciar no terreiro a alegria
do encontro entre as pessoas de diversas gerações. Por isso a proposta deste
projeto é trabalhar com o que a cantora e compositora chama de “Estética da
Possibilidade”. No terreiro do povo, o mais importante é a participação e
envolvimento do publico com a arte, o repertório é pensado para ser cantado
“com o povo”, o publico, é sujeito ativo, eu sou uma artista que provoca a
participação da comunidade artista-educadora, uso a
música-poesia-arte como instrumento de ligação com as diversas expressões
e linguagens do povo. O Show-encontro é um espaço plural e democrático.
O belo no terreiro é a liberdade do encontro, é entrar em contato com as
lembranças das vivencias mais simples da vida interiorana, de quem teve o
prazer de experimentar, sentar-se no terreiro de casa em noite de lua cheia.
Muitas
pessoas acompanham e apoiam o projeto, e todos fazem sem receber cachê. Vera
Lima convidou alguns companheiros músicos e amigos (as) da cidade de
Santa Rita e João Pessoa, eles toparam o desafio e o prazer que é levar a arte
na zona rural (sem grana) e acompanham o projeto, cada um(a) contribui do jeito
que sabe e pode. Outros (as) doam dinheiro para gasolina, outro faz a
sonorização e assim nesse jeito-solidário de apoiar a arte, segue o projeto.
"Sou
muito a essas pessoas que estão sempre no apoio a esse projeto. (Sueldes e
Fernando e toda sua família, Zélia, Sandra Alves, Bené, Mário, Lourenço Molla,
Juliano, Gabi, Joana Darc, Jocieldes, Gracinha, Bell Gomes, Anadilza, Casa
Pequeno Davi, Cecilia, Iremar, Dani, Márcio de Paula, Flavia Maia e
tanta gente mais." destaca a idealizadora e organizadora.